domingo, 7 de junho de 2009

No quinto

Se você não se lembra, vou te contar. Eram os quatro dias do homem. E ele faleceu antes do quinto. Foi parar no quinto dos infernos. A única coisa que fazia era vomitar e ter azia. Era chorar e se debater. Gritava onomatopéias. Brigava com o cano que o fazia respirar.

O que eram aquelas pessoas? Sabe? As que estão em volta dele? De onde ele veio? Quem era aquele ser?

Conhecer a si é atingir a memória? Interpretar o sensível é entender o mundo? Calma... No resumo que crio, vai entender:

- No primeiro dia, nasce e vai brincar;
- No segundo dia, corre até se formar;
- No terceiro dia, trabalha feito uma mula sem descansar;
- No quarto dia, treme e se cansa, mas volta pra trabalhar;

Antes de chegar ao quinto, dorme.

Mas e o cano? O que te prende? O que segura sua vida? Meu Deus, e o cano? O respirador? Criador de sonhos, quem sabe, ó cano!? Gerador de ar? O que ele fazia ali? Era um simples "faz-me viver", uma ereção da vida.

Os quatro foram mais que o suficiente.

Na verdade, nunca iria se conhecer, e nem o porteiro, a garçonete, o presidente, o carpinteiro, a flor...

O quinto seria mesmo uma bosta.

2 comentários:

  1. Na verdade, nunca iria "entender", e nem o porteiro, a garçonete, o presidente, o carpinteiro, a flor... Eu!

    Mas, se conhecer a TI, for atingir a memória, danou-se!

    Lembra? Penso, logo piro!

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  2. Mas e o cano? O que te prende? O que segura sua vida? Meu Deus, e o cano???

    adorei, sansão! vou ir lendo seus posts com o tempo.. visitar sempre que puder ^^ o meu blog (cmil.blogger.com.br) é mais pessoal, mas tem um link nele pro Caderno de Poemas que criei esses dias, e vou publicando umas coisinhas lá.. recebeu algum e-mail da Andreia?? ela ficou de entrar em contato com a gente... =P beijo!

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