segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Transtorno de ânsia do desconhecido (Parte 2)

No ritmo do dia paro e me distraio com o menino descalço que já contei comer 7 hot dog's com o mesmo discurso de fome e necessidade. Enquanto uma criança linda come seu único Mclanchefeliz, que é dado por uma babá sem o consentimento da mãe, pois ultrapassará o número de calorias necessárias em um dia para uma criança de 5 anos, segundo aquela pediatra solteirona.

Criança: substantivo não sei se simples ou composto, mas complexo e intenso.
Adulto: uma criança velha, inadequada, hierárquicamente superior graças ao poder.
Poder: Fazer com que alguém siga sua vontade mesmo que essa não seja a sua vontade;

Entre adjetivos, verbos e toda essa baboseira, me entrego ao desejo infantil de ser qualquer coisa. Um astronauta que vai rumo a Neturno em busca do tesouro perdido, o pirata mais poderoso dos 7 mares, um avião, um cachoro, e tudo que minha imaginação permitir. E me venha com suas milhões de regras que me farão crescer, me tornarão grande, e aos 9 anos poderei ser presidente de uma Multinacional. Que tal?
Brincar é ócio de criança preguiçosa. Imaginem só que ainda existem alguns "Hippongas" que dizem que brincar é necessário. E o futuro? E o dinheiro? E o Status? E toda essa merda que nos torna cada vez mais competitivos, drogados, imunes, depressivos e extressados?
Mas temos sim diversão... Fingimos lindos passeios em lugares incrivelmente artificiais. Damos educação aqui e empanturramos com lixos suas cabeças. Damos cultura ali e a destruímos com um estrangeirismo sujo que desvaloriza nosso povo. Ensinamos a não ser egoísta e mostramos a importância do "ter o seu".

Mas se formos comparar agora os dois casos, fica muito difícil saber quem é mais feliz (ou quem é feliz de verdade). Realmente me embaraço ao tentar entender. De um lado uma burguesia moderna que segue tendências de cultura nacional "estrangeiristas", assistencialistas em lugares extremamente sofisticados com pessoas da alta roda comendo caviar e fazendo bingo para ajudar os pobres miseráveis, mas fecha o vidro do carro depois do espetáculo daquele "negrinho". Uma elite que finge humildade e esbanja hipocrisia. Do outro uma periferia suja, sem vida e perspectiva, sem dons, sem o prazer da cultura. Sem busca por ideais, sem idéias. Lutando por igualdade, e quando chega ao topo, pisa e cospe em quem está embaixo. Não estou generalizando em nenhum dos caos, mas digo com firmeza que falo da grande maioria. Pessoas como o rapper 50 cent's deveriam se lembrar da luta passada e não disseminar entre as pessoas de baixa renda a violência, o consumismo, o roubo.

Porém, atualmente em todos os paladares e lares o que amarga não é a desigualdade, e sim a pobreza. E a pior delas, o mal do século, o câncer no mundo.
A pobreza de espírito.

Divagando (fantasiando e devaniando)

O ser humano infatiliza o que não consegue enfrentar e força uma fraqueza transformando suas decepções em acusações aos outros. Qual a dificuldade que existe em querer ser feliz? O que move uma pessoa que pretende destruir outra pois não conseguiu o que queria? Qual o problema em ter maturidade para conseguir compreender que nem tudo é como queremos?
A vida é uma eterna lição que atravéz de coisas simples tenta ensinar a complexidade de todas as coisas. Avaliações diárias decidem o que você será no futuro. Mas quando a vida te dá uma rasteira, não se culpe, nem culpe a ninguém. Não ameaçe e nem critique as pessoas. Tudo tem um porque, e tudo sempre teve. As coisas ruins e boas dependem pura e simplesmente do ponto de vista e do estado de espírito.
Se você não consegue ter equilíbrio tentando encontrar beleza nas pancadas que a vida lhe dá, você pode se considerar um ser humano sem sentido, que não consegue parar para analisar o lado positivo do mundo. Viva o lado bom da vida e aproveite o ruim, pois é na beleza do erro que nascem os acertos mais certos, e as vitórias mais belas.
Pois não adianta ter o bom, o certo, o bonito, se você nunca conheceu o lado contrário de tais conceitos. Isso não é um texto filosófico, e nem tento aqui ser artístico. Isso é apenas um desabafo de um ser que tenta todo dia ser o melhor possível, mas que erra e que cresce com isso. Boa sorte, e pense nisso.
(e seja feliz)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Transtorno de ânsia do desconhecido (Parte 1)

A vaga lembrança me toma pelas mãos e me torna ouvinte, telespectador de minha própria vida. A tranquilidade se transformou em sonolência e a adrenalinda abaixou. Deslumbrado com meu novo mundo, deixo tudo do instante que passou. A vagarosa vontade de vencer aliada de uma luta incessante. Divagando vou sem levar comigo nada, nem noto as palavras. Elas saem do meu punho em um punhado de asneiras que tanto nos fazem rir. E você confuso a cada palavra tenta prestar mais atenção. Pois direi por agora: "Desista!" Prefiro realmente ter meus escritos secretos pois enquanto você tenta entender, eu não perco tempo em explicar. Não vou utilizar técnicas, teorias, conceitos aplicados de formas claras, sem redundância, compacto e essa droga toda que limita o cérebro humano. Minha terapia corre as linhas de meu pequeno caderno vermelho. Cada palavra descarrega o peso contido em seu sentido. Cada novo parágrafo, esvazio alguns "megas" gastos de forma irresponsável por mim. Deleto em forma de frase e remonto na bagunça de idéias. Reflito na releitura e me embaraço ao tédio do que escrevo. Repetições são notáveis, distintas para mim. O uso corriqueiro de algumas expressões marca o que quero dizer. Resisto... e num grave pesar me mostro bem. Meus delírios são tão sãos quanto suas verdades...

A ilógica lógica

De quanto tempo o tempo precisa
Prá deixar meu tempo uma coisa precisa
Dispenso a dor, obrigado querida!
Mas crescer uma hora dessas é mexer na ferida

Experimente a experiência, viva o que já foi vivido
Descubra em ti a essência que o tempo lhe diz ao pé do ouvido
Não fuja do que te espera e corra atrás do impossível
Pois quem vive a vida fácil não conhece o que é bonito

Não pense só em grana, não custe nem seja vendido
É melhor ter o pé na lama, do que antes de começar ter vencido
Cada um a seu tempo, um tempo que não é perdido
Despontar prá chegar amanhã como outrora foi dito

Eu já senti medo, hoje um leve desespero
Mas amanhã o ócio será o meu bonito exagero
Acordo, corro, trabalho e o tempo não pára
Sonho, desperto, me canso e a verdade me ampara

Vislumbro lugares, pessoas, sentimentos
Sentidos, outros lares dentro dos meus pensamentos
Pois talvez na beleza das nuvens ou na visão de um rio imundo
Que eu perceba então a fundo, a ilógica lógica do mundo

O espaço , o vento, o tempo
Todos presos em um segundo

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ratatouile

"Não é que qualquer um possa ser um grande artista
Mas um grande artista pode vir de qualquer lugar!"

* Cultura útil escondida dentro de um desenho infantil... adoro!

sábado, 19 de janeiro de 2008

V.O.A.R

Passo um pouco adiante e chego no momento histórico em que atitude tem haver com desespero. Desprezando tudo e todos, tenta de novo se tornar forte. Vida e contradições são dois lados contraditórios de uma mesma razão: a razão de ser.

Voar é característica de poucos, como os pássaros, pilotos, astronautas... Porém, corte suas asas, as que tanto gostam e querem bem, que seu curso terreno é despedaçado e sem essência. Vida e morte, o belo e o feio, inveja e amor ao próximo. O velho e batido, mas nunca esquecido, mel e fel.

Pois as asas são sonhos utópicos de quem não é ave, mas são dessas asas que os sonhos são feitos, pois é na utopia psicodélica que surgem as genialidades e as novidades, se desvencilhando de tudo aquilo que tudo aquilo deveria ser e espera, do fundo da alma, alcançar de alguma maneira um modo de lá chegar.

Asas batendo, altura, céu, vertigem, medo, queda, dor, decepção, novo bater de asas, novos horizontes, mais insegurança, asas batendo, concentração, voar, voar, e voar... Até o último e distinto bater de asas em encontro com a eternidade, que só quem é livre possui. O vôo descompassado rumo ao norte, norteados pela ânsia de ser grandes como o norte, voar céus nunca antes vistos e, como no norte, serem bem vistos pelo o mundo.

Mas não! Abandono a linhagem que faço parte e meu bando parti sem mim, e eu com minhas asas.

Não corte as asas daquele que ao voar sozinho, busca suas soluções. Dessa vez a queda é maior, todos te olham e riem da sua cara. E é nessa hora que o voar perde a beleza.
Imigrar em revoada, seguir sua vocação, impor limites... voar, apenas voar! Rumo certo, velocidade programada e altura delimitada. Se perde o prazer do vento na cara. O último vôo pertence a eternidade, o sonho de ser livre, a liberdade de sonhar: voar só por voar!

Encontrar e decidir seu próprio destino...

Prossiga a voar...

Cortem minhas asas e comprarei um avião. Destrua-o que aprendo a apreciar o chão. Acabe com a Terra que durmirei o sono eterno. E nos meus sonhos vou voar... Me desculpe meu amigo, nada pode lhe parar!

Mas as asas continuam a bater, que de encontro com o vento montam as estradas dos céus, tão sólidas quanto o asfalto. Solidez não tem haver com matéria, e sim com estrutura, com existência. E a existência é existir... E o que existe? Qualquer coisa!!!

Só bata as asas, mais nada!

Voar, voar, voar...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Perdendo tempo ( ou as insanidades do desperdício)

Hoje a noite...
Amanhã de manhã...
Mês que vêm...
Futuro imperfeito
Mais que perfeito
Perfeito demais prá não ser hoje
Longe, distante, próximo, perto
Daqui a alguns segundos
Que já se passaram na frase anterior
Há horas infintas por chegarem
Num finito banco de horas
Que o tempo apaga a cada milésimo
A sutil diferença entre ontem e hoje
E a não mais existente vida no passado
Lembranças, lembranças e lembranças
Aprender a cada segundo o que o mundo se esqueceu
Se lembrar a cada hora tudo o que o mundo me deu
Ver meu Deus interior
Meu Deus supremo, meu ser
Se Deus quiser, se eu quiser
Se eu acreditar, se eu fizer
Amanhã de manhã ou hoje de noite
Ou no agora que não mais existe
No tempo em que tudo se percebe
Nada se teme, tudo muda
Num mudo e doído silêncio
Passaram-se mais algumas eternidades
Estou vivendo mais, ou meu tempo está acabando?
C H E G A ! ! !
Isso é perca de tempo, leia isso mais depressa
E peça logo a sua conta
ou de logout em seu orkut
Delete essa mensagem, ou saia do blog
Feche o livro ou mande parar de ler
Feche os olhos e sonhe
Acorde e viva, mas termine logo
O fim é importante, você entenderá quando lá chegarmos
E percebemos o quanto as palavras
Que nos fazem perder tempo
São palavras que nos fazem pensar
Talvez em como aproveitar nosso tempo
Pois bem, fica combinado assim
Esqueça tudo o que eu disse
Enquanto você lê essas palavras
Seu cérebro se esforça prá entender
E o esforço é belo, pois te faz pensar
E pensar é belo, pois te faz existir
E existir... É isso!
Agora sim decidi:
Esse texto não terá fim
Mas dou aqui uma parada
Para que você leia alguns e-maisl
Ligue para a sua namorada, namorado
Mãe, pai, esposa, marido...
Ver aquele desenho tão bom
Ou aquele lindo filme
Vai, aproveite seu tempo!
E entenda que o importante é agora
Então preste muito atenção:
Você não perdeu seu tempo
Você só conheceu minha opinião
Concordará ou não, daí é sua decisão
Porém o seu tempo chegou
Aproveite seu dia, boa sorte
Me dispesso por agora
Porque hoje a noite, amanhã de manhã
Algo bom vai acontecer
Pode até ser notícia ruim
Mas te fará crescer!
Boa sorte, boa noite
Bons sonhos e até mais ver!
Cinco minutos malucos
Onde eu mudei tua vida
Talvez dois, pois pedi pressa
E não se esqueça da sua prece
Ops... É verdade!
Porque mudei tua vida?
O que você faria se não estive aqui
Lendo palavras soltas que um dia escrevi
Outra coisa ou nada, mas isso é viver!
Amanhã é um novo dia, daqui a pouco também
A eterna novidade...
Bom dia, boa tarde...
AMÉM.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Mitologia Moderna

Todo esse silêncio
Traz consigo o vento
Decorando a noite
Trouxe meus tormentos
Em palavras duras
Doces em seus sentidos
Vem mostrar que além da Lua
Existe luz na escuridão

Tentei abrir a porta encostando em estátuas
Que depois criaram vida
E vieram em minha direção
Sei que tentei e não consegui
Encontrar saída
Pra está prisão

Toda força nula é forte
Prá quem quer o bem
Pois quem continua sua vida
Quer viver também
Basta acreditar
Que a Lua está no teu quintal
Prá poder ver
Que essa bagunça pode ser real

Duvido que você
Nunca disse que as estrelas
Só Brilhavam para vê-lo então feliz
Que alguém que pode te ajudar
Não precisa ser "um Deus"
Nem um anjo, nem ter asas prá voar.

Perto de uma obra
Que parece viva
Anjo que me guarda
Olhos que vigiam
Fotos em molduras
Belas recordações
Sonhos que retornam
Como repetições

Tentei abrir a porta
Conversando com um homem
Que ao lado das estátuas
Bateu palmas para mim
Sei que tentou
E não desistiu
Eis a luz meu filho
Você conseguiu

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

ATO IV: O CORTAR DAS ASAS

Caminhando o menino foi
Já que não podia voar
E disso ele tinha certeza,
Nem carecia de tentar

Um dia quando era pequeno
Mas pequeno do que hoje é,
Subiu num pé de abacate
Usando sua mão e seu pé

Com uma asa que ele criou
Que era feita de pena de sabiá
Que de uma em uma catou
Pra sua asa poder então criar.

Fez o molde em bambu levinho
Pois as penas em todo moldar
Amarrou-as em seu colarinho
E se preparou pra voar

Com intenção de ir lá pro céu
Falar com o menino que a terra criou
Sem medo das abelhas que rodeavam o mel
Ou da cerca de arame que construiu seu avô

Perguntar porque é que será
Que a água que tanto precisa
Um menino em algum lugar
Abre a torneira, (delicia!!!)
E deixa tudo vazar...

E essa água toda vai pro esgoto
E se perde na imensidão
Vai cair num desses rios sujos
Atolados de poluição...

E aqui ele faria certinho
Nunquinha que água iria estragar
Ia mesmo usar pra poder
As plantinhas podê-las regar

Mas como subiu lá em cima
E sua mãe lá de baixo gritou:
“Deixe de ser abestado meu filho!
Voa é coisa de passarinho,
Não Ter água coisa de sofredô”
Desceu da árvore, sentou e chorou,
E voar nunca mais tentou...

* Esse é um trecho de uma peça escrita por mim, na qual participaram também o Daniel e o Filipinho, chamada "Caminhos do mar". Eu realmente adoro essa parte, que mostra como os pais bloqueam os sonhos infantis. Enfim... espero que gostem!

Serei quem vou ser

Já descobri o que cobre meu rosto
A raridade, a saudade efêrma
Um novo dia, um começo de tudo
Existe a ponta de um ponto, pequena

Foco desfocando a fonte do meu ser
Sonho confundindo o medo de não ter
Ilusão do ilusionista
Abraço triste de um artista

Alma lavada na água que corre
Energia acumulada em risos
Pensamentos que te fazem bem
Palavras se tornando compromissos

Missas que te botam vendas
Vendas que vão te falir
Fale um pouco de si mesmo
Mesmo se não conseguir

E outra lágrima escorreu
E eu não pude segurar
O meu dia escureceu
Água forte prá curar
Água forte prá curar

A chuva desmancha critérios
Trazendo notícias do céu
Na sua beleza um mistério
Do mérito exposto com véu

São asas de um anjo
Cortadas por mim
São dias tão longos
Que esquecem ter fim
São frases confusas
Escritas assim
São nesses momentos
Que fujo de mim

E trago a você o meu ser
Espero que possa entender
Serei quem vou ser