terça-feira, 21 de junho de 2011

Palpitações lexicais

Ele abriu o Google atrás de um remédio que respondeu você quis dizer algo. Não era aquilo. Ele havia dito aquilo que ele queria mesmo, mas se nem mesmo o Google ajuda, tá difícil pra solucionar. Ligou pra quem pode que nem mesmo quem podia atendeu o celular. Desligou meio escabruncado desesperado e tentava chorar. Nem lágrima, larga de frescura e vê logo se si cura. Segura a onda, meu rapaz, vida longa ao herdeiro da dor. Quase morte e hipocondria não se encontra um só dia remédio não. Solução é ir no médico e ouvir a mesma coisa e fingir que tá tudo bem. Volta e tenta pegar no sono, e o sono é rápido que de tão rápido ele não vem. Foge feito coelho correndo, coelhinho com medo, meu sono. Meu? Nem notei de tanto desespero que o ele sou eu.  Eu vou atrás e me canso e nem cadeira de balanço me derruba e amanhã é olho e pálpebra e tudo que é de ver, cabisbaixo, olhisbaixo, e palavra que foge depois de noite mal dormida. O diabo da ansiedade é de uma maldade desinibida, desavergonhada, salafrária, mal-comida. Filha do cabrunco.
E eu que me confundo e travo e pesquiso de novo e o diabo do Google me diz que to grávido. Mas isso já foi melhor, volto e tento medir a maior distância entre as palavras e com deselegância mando a merda por dizer de novo que não sei o que dizer. Escrevo outra e descubro, finalmente, Síndrome de ansiedade, frescurite no cú, e dorme pra ver se passa igual fome de pobre. Não chora que tá tendo oportunidade (e mudaram as pessoas de novo) (e pluralizei quando eu era um só) (mas se sou eu e ele então sou dois) nessa vida tão difícil. Mas queria ofício de escritor, mãe. Queria ofício de professor, queria tá formado. Formado não só na faculdade. Gente formada mesmo. Psicossomaticamente desenvolvida. Despalavrizei-me. Não corrigirei nada dessas minhas inverdades. Sessão de descarrego, on-line.
Mas ainda tem mais, pois o HD tá cheio de vírus. Scaneia, scaneia... Busca, prende, mata. Aquilo que me mata. Eram mais de mil buscas e mil palavras e mil atividades e atitudes. A cabeça funcionando frenética, desacreditada. Quando pego pra escrever só andam saindo esses burburinhos de nada, coisa de gente malvivida. As coisas andam amadurecendo demais. Sou capaz de dizer que tem mais pra viver, muito mais. E tem. Ah se tem. Que me aperte a garganta menos forte, só isso. Dá um tempo pra eu respirar. Só isso que lhe peço. Ando calmo. Correndo desesperado. Atrás de algo que nem sei mais o que é. Não sei onde começam meus sonhos e termina meu pé. Meus dias andam mais longos do que eu queria e mais curtos do que eu precisava. Paciência. Acho que são resquícios das temáticas.
Para terminar uma frase mais genial: Relaxa! Com o tempo você percebe que o estranho era você não estar surtando. Sem mais, meritíssimo!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Sobre temáticas

Faz tempo que não escrevo para não impressionar. Não que realmente impressione, mas estou em um processo de enriquecer meus textos, os novos, com o que ando vendo de mais grandioso na literatura. Um processo muito interessante. Venho sentindo uma vontade imensa de encarar uma história maior. Acho que, mais do que nunca, vai chegando o momento em que será necessário para mim encarar uma história grandiosa. O problema são as temáticas.
Fico com medo de errar a mão, o tom. Antes acreditava na importância de uma grande história. Não que não seja importante, mas hoje percebo que uma grande obra não depende disso. Grandes histórias servem para vender. Mas será que eu quero "SÓ" vender?
Eu queria conseguir criar uma obra prima que fosse sucesso de crítica (literária séria) e público. Que ambos, público médio e elite intelectual "butada" (ou seja, que foi "butada" por outros "intelectuais" nesse patamar) pudessem me ler com o mesmo prazer. Para isso existe uma fórmula, que venho tentando desenvolver há tempos:

S = Lm ( x---> r) + Li (x+y ---> 'r) ---> r+r'

O termo "S" seria o sucesso. "Lm" é o termo que indica o livro médio, que seria uma história "x" que leva a um entendimento "r". "Li", portanto, seria o termo para "Livro intelectualizado", que seriam a soma de "x", uma história interessante recheada de aventuras e coisas que agradassem esse tal público médio e "y", que indicaria a presença do interdiscurso, do implícito, do genial, da palavra certa, da sonoridade, daquilo tudo que é bem quisto pelos críticos, tudo isso nos levando a um termo " 'r ", um "não r", um negação a história encontrada pelos tais leitores médios. Tudo isso sendo levado a soma de "r" mais "não r". Um resultado que, afinal de contas, agradaria a ambos os públicos.
Por se tratar de uma teoria inicial, ainda não tenho total certeza que a fórmula está correta. E graças a internet essa fórmula poderá ser reelaborada e crescerá até sua perfeição.
Entende agora o porque de eu não mais escrever? A Universidade, ao mesmo tempo que me ensina, me deixa louco!
Mas o grande problema, meu caro, são as temáticas.