sábado, 15 de agosto de 2009

Provocações Artísticas

Estou chocado. Há coisas que desesperam ao se ver. Descreveria se isso me fizesse algum bem. Destacaria aqui muitas de minhas possíveis soluções.
Há coisas carregadas, experiências as quais devemos passar. No meu caso, um filme. A tensão a qual fui levado me pegou desprevenido. A arte tem mesmo dessas coisas e explêndidos os que me chocam. É capaz que um dia consiga chocar alguém com um texto meu. Mas prefiro a lágrima ao nojo, um sorriso à repulsa, uma hipocrisia à realidade nua e crua. Talvez por isso me esconda atrás da arte. A vida é a imitação do que a ela imita. Pois prefiro imitar em minhas composições aquilo que realmente queria que fosse.
Mas ser chocado por algo, além de me mostrar outros ângulos do que pretendo ser, me dá medo. Acho que é essa a sensação almejada.
Desobstruir minha mente das possibilidades ao invéz da eterna fuga. Faz sentido. Eles tem razão. Mas a minha não. Vai sempre tentar dizer o ruim da melhor forma. Já não são o bastante as diversas dificuldades que a vida nos dá, oras? Já não é demais a vida impondo à sua maneira as mais horrendas coisas? A minha arte não terá disso. Não vou esconder as sujeiras, porém tentarão sempre serem compostas por poesias. Terem um pouco de beleza. Enquanto isso vou aqui treinando e questionando até que um dia nasça minha própria forma de ser, sem nunca ter nem se quer resquícios de outras formas de vislumbrar o mundo se não a minha. Sem estar carregado de verdades impostas, palavras confortáveis, parafraseando um caro amigo e escritor, "a literatura não é lugar para conforto". O fato é que sim, fugirei do conforto. Mas sem nunca se perder de mim.
A minha arte talvez irá chocar. Mas de leve. Sem dor. Sem medo.
Até que eu descubra, afinal de contas, o que esse que vos escreve é. Um dramaturgo Hollywoodiano, um novelista da Globo, um roteirista russo ou um cordelista sarcástico. Ou simplesmente mais um ser humano invisível fazendo o que ama.
Não sei. Talvez algo infantil.
Talvez alguém infantil.
Talvez, simplesmente, eu.

2 comentários:

  1. Provocações, invocações, perfurações sobre si... é, de fato, seu.

    Se me permite, sempre achei que o Mitologia Moderna não mostrasse apenas arte, e que além disso mostrava mais sobre seu criador. Nesse momento, é claro, fugiu de mim a mais aguda percepção de que a tal da invocada "arte" em questão fosse exatamente dialogar entre um mundo subjetivo e o universal e nesse sentido, naturalmente, surge a mitologia (subjetiva) e o moderno (universal). Não obstante, essa relação foi ficando mais madura e hoje o brógui está melhor do que antes (se bem que eu acho que o visual clean tenha colaborado)

    Abraços parceiros,
    Fernando

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  2. Falar da arte fazendo arte!
    Belo trabalho de metalinguagem!
    Adorei!

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