O fato de você estar lendo esse texto, prova que realmente não é possível uma bola amortecer o impacto de uma pessoa de 85 Kg que salta do décimo andar de um prédio. Agora meu próximo passo será dizer se depois da morte há ou não há vida. Se não voltar a escrever, isso quer dizer que não há. Dê um prazo longo, 7 dias pelo menos antes de apressas conclusões. Daí já saberei das normas e coisas do local onde "Pós-vivemos", se é que posso dizer assim.
O fato é que tal experiência na verdade é meio uma desculpa, assumo. O que quero mesmo é sentir o frio na barriga antes de chegar no chão. Das duas, uma: ou conto vivo, ou morto. "Das três, uma ou nada" seria a melhor expressão. Há a possibilidade de não mais existir e daí o prazer não poderá ser passado para as gerações futuras. Infelizmente terei que correr este risco. Diante dos meus anos de estudo sobre a possibilidade de existir vida no Acre, estudos que foram desbancados graças a minha falta de capital (alguns até diziam que já haviam ido para lá , ou nasceram lá... mas oras. Um outro homem disse-me outro dia que era Jesus. Sou adepto da ciência empírica) e pela falta de apoio à ciência no país, decidi que não seria mais útil provar coisas que ninguém julga importante. A bola ou a morte, todo mundo quer saber.
O outro fato é que também já estava mesmo cansado de tentar provar coisas pra todo mundo. Portanto para minha última experiência, por isso algo grandioso, que entrará, sem a menor dúvida, para os anais da ciência fisíco-teológica, escolhi tais temáticas. Aliás, pensando melhor, ainda quero provar mais algumas coisas, como quem é o verdadeiro Deus e essas coisas. Mas isso só se eu viver depois da morte. Se não deixei de existir mesmo (acho que já disse isso, né?). Termino dizendo que a bola tem uma circunferência 165,53 cm, eu acho.
Desejem-me sorte. (No céu ou no "não existir", já que já vou ter pulado.)
* Olá, me chamo Norberto e fui o homem que encontrou a carta. Ah... Também fui o homem que achou estranho a bola lá no térreo do prédio e tirou-a do caminho. Aliás, fui também o mesmo que subiu no apartamento daquele lunático e o salvou. Ele não pulou. Morreu de desgosto e ainda não voltou.
Ou seja, não existe céu.