quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Casca de diamante

Muitos dias se passam até chegar o momento. Sem vento, o barco não se move. Fica dias e dias parado, e a bordo, o capitão da embarcação. Aquele inseto fora ali colocado por um menino. Esse tal menino fez o lindo barco, colocou-o na água. Achou sem graça ver o barco partir. Pegou um lindo besouro, que parecia de acrílico e botou-o no barco. Pata com casco, vento com medo, outro besouro, trás um segredo, espeta um espinho pesado e ao ter resolvido partir, foi o gosto de sangue que foi consumir, construindo a fé e a ferro frio, frente ao mar sem fim. 

Eram apenas deslumbres sedentos, salitre bento e saudável. Tento até afirmar que soldados sujos em embarcações rodeados de lindas mulheres viveriam pior. Eram besouro e o mar. Meses a fio. Tempos e tempos sem dar notícia, um corpo vazio, sem rio, sem sombra, sem alma. Sem nada, resolver invadir o norte. 

Aquele corpo em diamante arrepiaria a todos os povos do norte, que se preparavam para o grande ataque. Pessoas corriam desesperadas, carros foram caminhando sobre a areia da praia. Mísseis atirados ao mar, e o barco parecia indestrutível. Os gritos daquela gente, com medo, ecoavam por todo o litoral. Fez-se silêncio quando ao longe se viu um pequeno ponto branco. E via o brilho de diamante que levava bravamente a embarcação. 

Corpos caídos na praia, a destruição interminável, as guerras sem fim, anos e anos, citados por autores que diziam ser a ópera do tal "Anjo do mal". Me refiro aqui a verdade dessa Terra. Um menino um dia colocou o corpo de "diamante" bem aqui. Mas nunca desconfiávamos que era apenas uma antiga pele do que foi, a antiga casca de uma cigarra. Esse é o começo da criação. O resto é o medo e a arrogância de guerrearem com os grandes e maiores ainda; Medos. O barco chegou a praia, já não restavam outros seres. Ao bater na areia, dissolveu finalmente, o casco velho. Um outro menino, achando estranho a confusão, escreveu um bilhete e o colocou no barquinho e colocou-o de volta ao mar. 

O Bilhete dizia: " O diamante não era tão resistente como imaginei. Sonhei por anos para vê-lo. Se puder, mande-me algo mais resistente, ou um barco maior que me leve até você. Os homens daqui andavam dizendo que eram tão poderosos como a tal armadura. Agora entendi porquê. Apresente-me ao poderoso, ao belo ao perfeito. Grato"

Voltou a dormir na praia, e lembrar de como era o Ser Humano. Conhecera vários tipos de pessoas com a casca de "Diamante". Aquela trazida ao mar, vazia, oca, fina, delicada, mas que impressiona pela beleza e pelos mitos existentes em torno do tal ser.

Você, leitor atencioso, conhece alguém assim?

Um comentário:

  1. Brother meega interessante..


    Realmente eh de se refletir...

    Otemo veih..

    Bom mesmo



    Ps: EU conheco gente assim..

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