sábado, 2 de agosto de 2008

O pé de manga

O sonho surgiu meio estrela, que brilhante desmotivou os outros sentimentos maiores e mais antigos, que antes do sonho dominavam a mente humana. O sonho que nunca desistiu, sonhava com a possibilidade de ser grande e real. Mas sonhos não podem ser reais, pois perdem a essência de ser sonho. Ele encontrou um humano menor do que os outros, mas simples e pequeno como ele sempre sonhou em ser. Em contato com aquele pequeno ser, descobriu as coisas que ele não conhecia para ser um belo sonho. Ele que brilhante tinha as vezes o costume de estrapolar, vivenciou a verdadeira forma de se ser grande sem ter o tamanho. Todo dia o sonho ia ao pé de manga e via o menino humano olhando para o alto na procura de uma gostosa fruta. Mas no mês de julho, manga não dá. Nunca vira alguém ter atitude igual aquela. Ele, o sonho, sempre fazia coisas do tipo, mas o menino era humano, realista, premeditando as possibilidades verdadeiras do mundo. Imaginou então o que aconteceria com o menino humano se descobrisse que a manga era impossível. Porém, naquela mesma noite, o sonho descobriu uma coisa triste. A manga salvaria uma vida. O menino aguardava a tal manga para entregá-la a sua mãe, cuja a vida se esvaia graças a uma estranha falta da fruta. Essa doença fora única na história do mundo, e somente o sonho teve a sorte e o azar de conhecê-la. O sonho resolveu agir racionalmente uma vez, assim como os humanos faziam, e foi conversar com o menino que esperava. Foi naquele instante, que ele chegou para o sonho e com a voz de menino disse calmamente:
- A vida da minha mãe depende sim da tal manga. Porém não existe em toda a região outra mangueira. Contudo, todo dia que saio de casa, deixo minha mãe com a esperança de que eu volte com a tal manga. Isso tem dado forças pra ela há muitos anos, já que ela acredita sempre poder ter a manga.
Muito encucado com a história, o sonho resolveu indagar:
- Mas espere um minuto. Se é a esperança da sua própria mãe que faz com que ela não morra, porque você simplesmente diz que vai e não vai? Faça outras coisas. Viva!
E o menino respondeu com lágrimas nos olhos:
- Porque há muitos anos fico embaixo dessa árvore. E quando olho para suas folhas, imagino coisas incríveis! E sempre sonho em poder encontrar a tal manga. Porque pode até não ser real, mas a cada nova manga que encontro fora de época, acredito mais na verocidade dos meus sonhos.
Então, afinal de contas, era a esperança do menino que dava forças a mãe...
O sonho olhou para o chão e aprendeu mais uma lição. Os sonhos são diferentes, confusos, complexos. Mas são feitos de coisas impossivelmente possíveis, que após acontecerem se tornam ridiculamente belas. Desde então é a mais brilhante de todas as estrelas do sentimento humano.

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