sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sem Título

Abro a janela e quero escrever. Pessoas me irritam com perguntas que não quero responder. Tento começar algo tantas vezes quanto posso. Um tema não vem. As coisas parecem pairar sobre mim a uma altura inalcançável. Assunto não tenho. É como se precisasse dizer algo que não preciso, declarar algo sem sentido. Acho que é assim que nascem meus piores textos. Escrevo agora pelo fato de isso me fazer bem. Mas será que será sempre assim? Até quando vou fazer coisas porque gosto? Me parece, e não sei se compartilha da mesma opinião meu caro leitor, que chega uma idade que não se pode fazer isso. Hedonismo tem dia e hora certa de acabar. Após um tempo, vira preguiça. A vida te cobra outras coisas. Até quando vou abrir essa página e escrever coisas que não me dão lucro? Até quando vou ter que fazer coisas sem quantificar valores? Pouco a pouco vou percebendo que não há muito sentido em continuar assim. Porém, não penso em abandonar isso tão cedo. Será que sou egoísta? Isso talvez não decepcione os que esperam muito de mim? Talvez isso não afaste futuros amores? Eu tenho feito tanto, e todo dia acordo e acho pouco. O que minha mãe pensa de mim? O que minhas irmãs esperam de mim? E meus amigos, o que anseiam? Toda essa confusão não me leva a lugar algum. E digo que a invisibilidade me ajudaria. Não quero mais que me notem, anotem isso. Não quero mais que me vejam, veja bem. Quero ter mesmo a mesma mesmice de sempre. Sem peso, com calma. Botando cada coisa no seu devido lugar.
E eu no paraíso que é o inferno que vivo.

7 comentários:

  1. Veja bem, quando for escrever coisas particulares, escreva sobre a SUA vida, nao fica bem escrever particularidades de pessoas que vos "rodeia". E respondendo a pergunta "Será que sou egoísta?", Se nao for, seja! Como dizia um sabio homem chamado Filipe, "quando os homens começarem a serem egoístas de verdade o mundo vai começar a funcionar".

    Abraços, meu caro.

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  2. Reflexivo, um tanto machadiano e muito, mas muito schopenhaueriano..!

    A ânsia por alguma fuga sempre irá nos manifestar de alguma forma.E não há razão para tanto pessimismo por causa disso. Talvez essa fugacidade dure um dia, um mês, um ano.. A razão para isso? Deixe estar, oras..! Não se deixe cair na rotina. A monotonia leva-nos ao conforto, e o conforto leva-nos ao descaso; a ignorância; a mediocridade..

    "Le monde va lui me même" [O mundo vai por si só], como dizia um certo jacobino..
    Deixe estar e veremos as futuras respostas..!


    Continue questionando! Isso só vai te fazer bem!

    Beijos, meu caro!

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  3. Lírico!
    O próximo passo é saber se é de peito aberto? Ou é obra literária?
    Caso seja obra, muito boa, de reflexão extraordinária.
    Caso seja sua vida: aproveite! Chamaria isto de ponto de desconforto. Não atoa escreveu bem. Os artístas são fadados a terem pontos de desconfortos, e disso nasce a tua arte.
    Quanto ao conteúdo cabe ao tua análise achar a saída. Tudo que eu tente dizer seria autoajuda. E particularmente, não gosto de autoajuda.
    Um Abraço!

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  4. A verdade é que é uma obra literária fadada a ser de peito aberto!
    Há um pouco de lirismo, mas não deixa de ser eu... Meu "eu-lírico" tem muito de mim!

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  5. O que borbulha dentro dessa cabecinha precisa se manifestar de alguma forma...e que venham seus textos!!!
    Gostei muito!!

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  6. oi alêê! \o/ tudo bem por aí? é, eu também tenho disso de começar a escrever sem saber o quê.. mas olha só quanta coisa você acabou dizendo! as coisas que inquietam acabam aparecendo. beijo.

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