Síndrome de Peter Pan

Eu não ligo pro amanhã

Tenho medo até de mim

Síndrome de Peter Pan

É bem assim

Sonho em querer chegar

Ser feliz, voar também

Meu espírito encontrar

Ser alguém

Vivo após a vida

Com dois pés no meu passado

E me escondo da ferida

Bem frustrado

Sou alegre, felizmente

E feliz alegremente

Sou criança em minha alma

Coração e mente

E o menino que distante me sorriu descalço

Com um braço imobilizado e sujo ouviu

e me pediu

E a menina que não foi criança

Vende bala, dança e se balança se iludiu

Se divertiu

O bebê que chora o choro de uma fome tão sem graça

Olha a fundo e então acha a farsa

Que existiu

E o palhaço espelha a esperança

Traz sorriso de criança sem sorrir

Tenta existir

E trazer na tua mão

Aquela simples ração prá viver

E o seu filho tão feliz

Abraça o pai em oração e ainda crê

Num mundo que diz

Sim pro palhaço que chora

Pelo vidro, pede esmola sem saber

Sua missão

Traz na face a cor que brilha

No vidro escuro que se fecha se vê

Um alegre poder

E nessa bela manhã

O tempo que não para

Transformou-se em tarde

Que em seguida foi trocada

Pela noite e pela madrugada

E eu agradecendo a vida

E a sorte que tenho

Minha cama, meu sofá

Meu documento

Que me trazem a felicidade plena

Daquele que sabe que a vida é bonita

e sente alegria na televisão

Daquele que espera a resposta da vida

E esqueceu a sua essência no chão

E agora se lembra

De quanto é feliz

Recorda seus mestres

Se sente aprendiz

Do homem que cresce e entende da morte

Do homem que estuda pra entender de sorte

 Do homem que vive procurando um norte

Do homem que tem que tornar-se mais forte

E em cada manhã...
Sonha em ser Peter Pan!