quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O Quarto Poder

Desequilibram o mundo, vossos senhores de fogo. Aquelas criações artísticas queimam, em poucas palavras, nossa utópica calmaria. Entra em nossa casa e nos amaldiçoa com a repetição fúnebre, o desgosto estético e o caráter medíocre da informação. Além disso, pensa por nós o quarto poder. O cérebro, ao qual não tenho mais controle, tenta assimilar as novas tendências tão bem elaboradas por quem pensa, ora, nesse país. E o que se entende é o que se emite, nós da prole, seja qual for esse entendimento. Reproduz-se em ônibus e padarias desse mundo, trechos e textos sem contextos. Vai assassinar, criar assassinos, quem vos conto, trazer a hipnótica diversão. Aquela que derrama sangue, lágrimas, sonhos.
O circo da vida está armado e vós, palhaços desconexos e descontentes, sois a principal atração. Você, analfabeto funcional, ou todos nós, órfãos midiáticos, somos a soma sombria, de fato(s). Fomos adotados pela "comoção ao vivo da verdade informativa", e agora, com nossos modernos aparelhos celulares , somos nós que batemos a fotografia que tanto ansiávamos da fúnebre heroína. Não descansam nossos mortos e ao lado de seus caixões, choram desconhecidos.
Mas pelo que choram? Pela sociedade? Ou como choramos nós, ao final de um belo filme, cuja última cena é o tiro fatal que mata o protagonista?
Eu não sei mais dizer, assim como vós, o que é real.

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