Enquanto o mundo assiste
O passado renascendo
Vou criando paraísos imaginários
Dos quais insisto e acredito, me reacendo
Me atrevo a continuar entre vários
Aprendendo a reconhecer no rival um irmão
Como num calvário pagão
Do qual caminho ajoelhado
Em meu íntimo e particular coração
Por fora não: entrego-me de bandeja
Aos que acredito e aos que me enganam
Me engano com essências, mas não me encolho
Escolho sempre ideologias amplas
Não sou de ignorâncias confortáveis
Não sou de mentiras afáveis
Sou de confusões construtivas
E de o amor destruindo e reconstruindo
Mas faço tudo de um jeito tão doído
Entre clonazepans e risotrils
Pensam ser spam meu modo hostil
E de tanto que escrevo e compartilho e repasso
Me enlouqueço num sutil recomeço
vou entre Marias, Joanas, palheiros
Entre esperanças, dores, dinheiros
Me perco entre peças e peço outro preço
E outra pausa, outra pessoa... é assim!
Se eu preciso mesmo de algo
Esse algo podia gostar mais de mim