Enterrem tudo de uma vez
O pouco que sobrou de quem não quis viver
Não serei eu a luz no fim da cova
Enterre de uma vez sem deixar prova
Enterrem todos de uma vez
Que a sua sujeira me envergonha
Imagine se a dona Tonha fosse um Fasano ornado
Não é pecado ver a dona tristonha
Não te faz bem
Você realmente não precisa
Ser alguém pra alguém que quer ser ninguém,
E mais nada
Enterrem logo de uma vez
Viver os dias lindos de um centro de glória
Tão perto da Ipiranga com a Avenida São João
Esses lixos urbanos, como ratos, proliferarão
Voltem pros seus castelos e fumem mais
Mas deixem esse pobre amigo rico em paz
Ele usa cocaína todo dia, mas trabalha
Indicado por licitações, batalha
Sol e chuva acorda cedo
Pra ganhar o seu sustento em notas emochiladas
é cada cilada, que ele entra pra nada
Pois pobre injusto reclama de ajuda privada
O lixo não entende
Que meu filho doente e seus exames
Farão dele um valioso chefão
Então quem tem mais valia nesse império de vexames?
Vou dizer...
Senta, cidadão comum
A bunda na escada e tome um trocado
Não esqueça de economizar cada centavo
E faz a economia girar, entendeu?
Senta, cidadão medíocre
A bunda nesse chão gelado e acenda outra pedra
Mas faz longe daqui, num beco de favela
Onde meu filho compra o pino seu de cada dia
Que agonia ter que explicar
A falência estatal, todo santo dia
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