quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Enquanto tenta arrumar desculpas auto-destrutivas, luta incessante para ser alguém. Escolhe aí. Tá na tua mão ir em frente ou desistir de se enfrentar. É bom vitória? Gostou tanto que parou de andar. Daí que dava desculpas tantas que, descuidado e despreocupado que era, já estava meio atrofiado. Começa assim: hoje não, talvez amanhã. Mas aqui tá tão bom. Mas precisa mesmo? Com sorte, a gente vai pra frente. Mas pra isso, aquele movimento de por a perna pra frente e depois a outra, aquele mesmo que a gente faz sem nem pensar, é necessário, meu caro.São as escolhas? É assim. Vive aí. Já conhece o mundo, já sabe das dores. Dói porra, tudo dói um pouco. Dói e passa. Dói e consome, daí que você vai rir logo, logo. Nada foi fácil, não ia ser agora. Não ia mesmo. Mas vai ser mais uma fase e amanhã ou depois ou logo mais vai tá tudo bem. Dói e muito. Mas a gente já sabe da dor. A felicidade vem de novo. Você vai ver. Bate na porta e a gente nem repara. Quando vê tá lá, com aquele sorriso cínico como se nunca tivesse saído. Ela é assim, sempre foi. Daí dizer "Ah, que sempre foi assim". Sempre foi e nunca mais será. E se for, é pra crescer, porra. Crescer é tarefa que ultrapassa essa caralhada cronológica. Crescer é crescer, você sabe como é. A vida vai te dar porrada porque ela tem que dar. Só coisa boa? Onde lá se viu? Que venha agora e que a fase seja boa. Nam myoho rengue kyo.
sábado, 10 de agosto de 2013
No inverso
E se toda força fosse farsa?
E se toda a verdade fosse inútil?
E se toda canção dissonante?
Se tudo isso fosse carma?
E se não fosse necessária a calma?
E se não tivéssemos opções?
E se não tivéssemos alma?
Se na vida não fossem importantes orações?
E se não houvesse rima pobre?
E se toda palavra fosse rica?
E se falar bonito fosse brega?
Se falar sobre filosofia não fosse piega?
E se arrancássemos nossas máscaras?
E se Carnaval fosse a vida toda?
E se dinheiro não fosse tudo?
Se o jogo da vida não fosse desse mundo?
E se o dólar subisse de novo?
E se os empregos sumissem outra vez?
E se o governo roubasse ainda mais?
Se ninguém se importasse com vocês?
E se o Papa usasse drogas?
E se a bondade usasse cores escuras?
E se o Diabo fosse Buda?
Se as religiões fossem as ruas?
E se o fim fosse o fim mesmo?
E se fechar os olhos fosse eterno?
E se aquele for o último terno?
Se acabar fosse só aquele instante?
E se as coisas não fossem misteriosas?
E se tivéssemos todas as respostas?
E se tivéssemos todas as perguntas?
Se a vida de ninguém fosse torta?
E se não fosse necessário trancar a porta?
E se embaixo do cobertor fosse lugar seguro?
E se fechar os olhos nos tornasse invisíveis?
Se as crianças estivessem todas certas?
E se a luz de um dia te mostrasse as janelas abertas?
E se a noite iluminasse?
E se a pedra fosse poesia?
Se a pétala quebrasse rochas?
E se o fogo só fosse bonito?
E se água só fizesse bem?
E se pneu molhado não trouxesse mosquito?
Se ninguém fosse maltratado por ninguém?
E se gente pobre não fosse doente?
E se gay não fosse doente?
E se quem fala diferente não fosse doente?
Se a doença não fosse o medo burguês?
E se a Tv fosse confiável?
E se os blogs fossem honestos?
E se as pessoas todas fossem imparciais?
Se falar mentira fosse igual falar verdade?
E se virtude fosse honestidade?
E se tudo isso não fosse por interesse?
E se ninguém mais fosse tão burro?
Se a burrice fosse raridade de uns poucos?
E se toda força fosse farsa.
Eu saberia escrever em rima rica.
Eu me esforçaria em ser poeta.
Tentaria arrancar mais poesia do dia.
Mas aí vem as dúvidas.
E deixam o trabalho divertido.
E eu pontuo cada verso.
Procuro na interrogação um amigo.
E no ponto final um bandido.
E a esperança no inverso.
E se toda a verdade fosse inútil?
E se toda canção dissonante?
Se tudo isso fosse carma?
E se não fosse necessária a calma?
E se não tivéssemos opções?
E se não tivéssemos alma?
Se na vida não fossem importantes orações?
E se não houvesse rima pobre?
E se toda palavra fosse rica?
E se falar bonito fosse brega?
Se falar sobre filosofia não fosse piega?
E se arrancássemos nossas máscaras?
E se Carnaval fosse a vida toda?
E se dinheiro não fosse tudo?
Se o jogo da vida não fosse desse mundo?
E se o dólar subisse de novo?
E se os empregos sumissem outra vez?
E se o governo roubasse ainda mais?
Se ninguém se importasse com vocês?
E se o Papa usasse drogas?
E se a bondade usasse cores escuras?
E se o Diabo fosse Buda?
Se as religiões fossem as ruas?
E se o fim fosse o fim mesmo?
E se fechar os olhos fosse eterno?
E se aquele for o último terno?
Se acabar fosse só aquele instante?
E se as coisas não fossem misteriosas?
E se tivéssemos todas as respostas?
E se tivéssemos todas as perguntas?
Se a vida de ninguém fosse torta?
E se não fosse necessário trancar a porta?
E se embaixo do cobertor fosse lugar seguro?
E se fechar os olhos nos tornasse invisíveis?
Se as crianças estivessem todas certas?
E se a luz de um dia te mostrasse as janelas abertas?
E se a noite iluminasse?
E se a pedra fosse poesia?
Se a pétala quebrasse rochas?
E se o fogo só fosse bonito?
E se água só fizesse bem?
E se pneu molhado não trouxesse mosquito?
Se ninguém fosse maltratado por ninguém?
E se gente pobre não fosse doente?
E se gay não fosse doente?
E se quem fala diferente não fosse doente?
Se a doença não fosse o medo burguês?
E se a Tv fosse confiável?
E se os blogs fossem honestos?
E se as pessoas todas fossem imparciais?
Se falar mentira fosse igual falar verdade?
E se virtude fosse honestidade?
E se tudo isso não fosse por interesse?
E se ninguém mais fosse tão burro?
Se a burrice fosse raridade de uns poucos?
E se toda força fosse farsa.
Eu saberia escrever em rima rica.
Eu me esforçaria em ser poeta.
Tentaria arrancar mais poesia do dia.
Mas aí vem as dúvidas.
E deixam o trabalho divertido.
E eu pontuo cada verso.
Procuro na interrogação um amigo.
E no ponto final um bandido.
E a esperança no inverso.
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